A água, recurso tão indispensável para a manutenção da saúde do ser humano, também pode ser um vetor de doenças em condições de tratamento precário. No Brasil, 60% dos esgotos são despejados diretamente nos cursos hídricos sem tratamento prévio, como levantado pelo artigo publicado no site da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES. Este problema reflete diretamente na presença de microrganismos patogênicos nestes efluentes, o que explica a alta incidência de enfermidades relacionadas ao consumo de água ‘potável’. Desta forma, a utilização de purificadores residenciais para a mitigação da presença de microrganismos patogênicos na água torna-se uma medida preventiva muito procurada.
Um dos materiais que podem fazer parte do seu filtro doméstico, é o carvão ativado, um dos materiais mais comuns utilizados como meio filtrante. Isto porque o carvão é um material produzido a partir de fontes facilmente disponíveis, é inerte e com alta capacidade de adsorção de impurezas que alteram a qualidade da água como proteínas, fármacos, corantes, gases e principalmente o gosto ‘clorado’ proveniente da água da torneira. O termo ‘ativado’ implica que o carvão foi submetido à um tratamento (geralmente uma queima controlada) no qual aumenta-se a porosidade do material, ampliando significativamente sua área superficial. Isso permite que diferentes compostos particulados de diferentes tamanhos sejam retidos por esta superfície dos poros.
Contudo, o filtro torna-se ineficaz quando a porosidade do meio filtrante (geralmente do carvão ativado) é maior do que as dimensões das partículas de impurezas presentes na água. Além disso, segundo a COHESP - Controle Hídrico de São Paulo , quando essa situação ocorre, há formação de biofilmes nos poros do elemento filtrante. A conclusão: em vez da ação benéfica, o filtro torna-se uma fonte de contaminação devido ao alojamento das colônias de bactérias nas paredes do elemento filtrante.
Paralelamente, por muito tempo tempo têm-se estudado o efeito bactericida de íons metálicos reduzidos. A utilização da prata como agente antimicrobiano já era conhecida por civilizações antigas como a grega e a egípcia que armazenavam água em tambores de barro com prata para mantê-la potável um período de tempo maior. Para contornar o problema dos biofilmes no meio filtrante, a impregnação com nitrato de prata em carvão ativado tem se tornado uma prática segura e comum entre os fabricantes de filtros e de carvão e com isso, impede-se a contaminação do material filtrante e o repasse dessa contaminação para a água potável.
Um fato pouco divulgado, porém já estudado por décadas, é que a propriedade antimicrobiana da prata é subaproveitada quando complexada em forma de sal. Além do nitrato de prata ser um insumo caro para o tratamento, é necessário um volume considerável da solução de sal de prata para atingir a eficácia antimicrobiana exigida. Além disso, há um grande arraste natural do material antimicrobiano após o processo de impregnação durante a filtração, o que torna mais curta a propriedade antimicrobiana do filtro. A alternativa para aprimorar estas características, encontra-se numa das mais novas tecnologias emergentes na indústria: estudos têm comprovado as vantagens da utilização da prata quando estruturada no formato de nanopartículas, em vez do sal. E o segredo de tudo está na estrutura nanométrica como apresentado neste E-book.
O estudo Colloidal silver and silver nanoparticles bioaccessibility in drinking water filters conduzido pelas autoras Lilian Rosa, Roxane Rosa e Márcia da Veiga pela Universidade de São Paulo, mostra a evidente disponibilidade superior de nitrato de prata versus nanopartículas de prata na água de saída do filtro. Isso é explicado devido à forte interação que as nanopartículas de prata têm com a superfície do carvão devido ao seu tamanho reduzido, frente ao nitrato que possui interações mais fracas. Resumindo, o nitrato de prata acarreta em uma maior biodisponibilidade na água de saída devido ao maior desprendimento das paredes do carvão, ou em outras palavras, a lixiviação ocorre de forma mais acentuada na forma nitrato do que em nano prata, mantendo por muito mais tempo o efeito desejado (proteção contra biofilme, contaminação cruzada e eficiência bacteriológica, etc.). Entenda melhor a diferença entre o nitrato de prata e as nanopartículas aqui!
Graças às vantagens aqui citadas, as aplicações em carvão ativado são possíveis, estes que integram diferentes filtros e atendem por exemplo a norma NBR 16098:2012, que contempla os ensaios referente a qualidade da água para consumo humano. A TNS traz em parceria ao mercado esta inovação totalmente exclusiva. Nanotecnologia que além de estar aumentando a produtividade no agronegócio, inicia a longa jornada para resolver o problema da sede, melhorando a qualidade da água no mundo.
Este artigo foi redigido por Gustavo Miranda e revisado por João Carlos Carrion e Gabriel Nunes