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Toxicologia: Nanopartículas de Prata

A prata coloidal, assim como outros colóides minerais, é usada desde a antiguidade na medicina por ter potente ação antimicrobiana comprovada, e o nitrato de prata (sal mais utilizado como agente precursor de prata coloidal) apresenta uma DL50 (dose letal oral, testada em ratos) de 1,173 g/kg de massa corpórea. A prata também é usada em processos industriais como em cosméticos, desinfecção de frutas, de material ortodôntico e diversos outros usos consagrados. 

A prata não ocorre naturalmente em animais e seres humanos, mas está presente no ar, na água, no solo e nos alimentos. Um dos primeiros estudos sobre o conteúdo de prata em alimentos foi realizado em 1940 por Kehoe. Este estudo relatou que uma ingestão diária média de frutas e vegetais forneceria entre 50 e 100 µg de prata como oligoelemento.

A World Health Organization (WHO) estabeleceu um limite de ingestão oral de cerca de 10g de prata (lifetime). A concentração média de prata na água é de 0,0005 ppm, enquanto a sua concentração no solo é de aproximadamente 0,01 ppm. A Environmental Protection Agency (EPA) classifica a prata como não carcinogênico para humanos, sendo listada no Grupo D desta categoria, e estabeleceu a dose diária de ingestão de 0,005 mg/kg.

Embora a prata em si não seja considerada tóxica, a maioria dos seus sais são. A meia-vida em sistemas biológicos da prata varia de alguns dias em animais até cerca de 50 dias em humanos. Embora sejam mal absorvidos pelo intestino, seus sais podem ser absorvidos em até 10 a 12% após a ingestão. Outra pesquisa mostrou uma taxa de absorção em humanos de 18%. A prata não é bem metabolizada em mamíferos, o que pode contribuir para seu baixo grau de toxicidade. Os riscos da própria prata podem ser mitigados pela tendência do íon de prata em formar complexos estáveis, que são de baixa biodisponibilidade e toxicidade.

As NPs de Ag podem liberar íons Ag+ , quando são expostas a água e oxigênio, situação encontrada no meio biológico. De acordo com um estudo, “a prata iônica é única em comparação com outros antibióticos, pois não tem toxicidade e atividade carcinogênica”. O íon de prata é um desinfetante para bactérias não formadoras de esporos, como Salmonella spp., Staphylococcus aureus e Escherichia coli. , em concentrações cerca de 1.000 vezes inferiores aos níveis em que é tóxico para a vida dos mamíferos. Esta grande diferença de toxicidade entre mamíferos e bactérias é a definição de um material oligodinâmico.

 Um outro estudo analisou a capacidade de penetração na pele de nanopartículas de prata de 20 nm em soluções de 0,1 g/L e 0,01 g/L. A penetração de nanopartículas de carga negativa foram em torno de 4 e 2 microgramas por grama de pele após 24 horas. Poucas nanopartículas foram observadas na derme (camada subjacente à epiderme). A principal descoberta deste estudo é que a maioria das AgNPs não foram absorvidas e puderam ser lavadas da pele após 24 horas. Da prata que não foi removida pela lavagem, a maioria permaneceu principalmente no estrato córneo (3,4% a 1,7% da dose aplicada). Muito pouca prata foi encontrada na epiderme (1,2% a 0,3%) e derme (menos de 0,1%). Assim, a prata foi encontrada somente na parte superficial da pele.

As concentrações de prata ou nanoprata em aditivos TNS são de cerca de 1 g/L (1000ppm), e estes ainda devem ser diluídos pelo cliente de acordo com nossas instruções, sendo que para o alcance de eficiência bactericida de mais de 99% são aplicados concentrações inferiores à 0,02 g/L de prata no produto final, como tecidos e espumas. Esta concentração garante a eficiência das nanopartículas e garante que o produto final aditivado não causará riscos à saúde humana. 

nanoparticula de prata

Vivian Sakihara
Autora
planta

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