Mesmo sem enxergar a olho nu, todos nós já ouvimos falar em microrganismos.
Mas você sabia que nem todo microrganismo está ligado a doenças e que um adulto de tamanho médio transporta no intestino cerca de dois quilos de microrganismos inofensivos e necessários à digestão¹?
A maior parte das bactérias, fungos, vírus e protozoários não faz mal algum à saúde humana e pode até trazer benefícios.
Sendo assim, podemos dividir os microrganismos em dois grandes grupos: os patogênicos e os não patogênicos, dependendo do gênero, espécie, subespécie e sorotipo do microrganismo em questão.
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Microrganismos inofensivos são aqueles que estão à nossa volta e participam de diversos processos da natureza, mas que não nos causam problemas de saúde humana, a não ser que entrem em contato com algum indivíduo com sistema imunológico debilitado ou estejam em alta concentração no ar ou alimento.
Dentre os microrganismos inofensivos em geral destacam-se os deteriorantes.
Microrganismos deteriorantes fazem parte da microbiota natural de alimentos como carnes e produtos lácteos e são inócuos ao consumo, ou seja, não representam riscos ao consumi-los.
Em alimentos recém-processados e in natura, eles se encontram em baixa concentração, sendo então inofensivos aos seres humanos saudáveis.
O tempo de crescimento desses microrganismos normalmente é o que determina a vida útil ou vida de prateleira dos alimentos.
Condições de armazenamento e transporte inadequados comprometem a vida útil destes alimentos, acarretando no desenvolvimento acelerado desses microrganismos, gerando odores e alterações de textura indesejáveis.
Como exemplos de microrganismos desse tipo, temos Lactobacillus em laticínios e Pseudomonas em carnes².
Os microrganismos úteis/benéficos não são só os que povoam nossos tratos gastrointestinais e que auxiliam na absorção de nutrientes.
Também são usados na indústria alimentícia para participar da fabricação de determinados alimentos e/ou conferir a eles características organolépticas (odor, sabor e aroma) especiais.
Nesse contexto, pode-se destacar as leveduras, que são os fungos que transformam o açúcar em álcool através do processo de fermentação.
Dentre a categoria destes microrganismos, destacam-se principalmente a Saccharomyces cerevisiae, que são usadas na produção de pão, vinho e cerveja.
Ainda dentre os microrganismos benéficos, podemos destacar o fungo Penicillum, composto principal da penicilina, que revolucionou a medicina com suas propriedades antibacterianas.
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Microrganismos patogênicos são capazes de produzir doenças infecciosas em seus hospedeiros nas condições favoráveis à sua sobrevivência e desenvolvimento, e produzem compostos tóxicos que podem ser transmitidos pelo ar, por alimentos contaminados ou até mesmo por contaminação cruzada, via contato com superfícies que contenham esses patógenos.
Nas ocorrências de intoxicação e infecção alimentar, o período de incubação, a gravidade e a duração da doença podem ser diferentes, em função da idade, do estado nutricional e imunológico, da sensibilidade individual e da quantidade de alimento ingerido³.
Não somente os seres humanos são afetados, mas sabe-se que todos os seres vivos podem vir a ter infecções provenientes da exposição a um agente patogênico.
As doenças desse tipo em animais de corte, por exemplo, diminuem sua fome e disposição, causando morte prematura e tornando sua carne indisponível para consumo, causando perdas econômicas para o setor agropecuário.
Dentre as espécies e subespécies da famosa Salmonella spp., há aquelas que causam doenças mortais em galinhas e em humanos, causando salmoneloses de diferentes sintomas.
Pode-se também citar a Escherichia coli, presente em diversos ambientes. A maior parte das espécies existentes é inofensiva e está presente no trato intestinal natural de mamíferos.
Contudo, existem algumas cepas de E. coli patogênicas que provocam hemorragias e até morte.
Plantas também estão suscetíveis a ataques de microrganismos patogênicos específicos a elas.
Cerca de 70% das principais doenças em plantas são causadas por fungos, como o organismo Botrytis cinerea que ataca morangos, uvas e flores em geral, causando perdas de plantações inteiras e prejuízos.
A maioria dos fungos patogênicos em plantas passa parte do seu ciclo de vida nas próprias plantas que infecta, no solo e em restos de plantas em decomposição4.
Muitos estudos são conduzidos desde a antiguidade para caracterizar e diferenciar bactérias patogênicas e não patogênicas, principalmente nos quesitos resistência e interação entre elas.
Na indústria de alimentos, a pesquisa concentra-se em aumentar a eficiência de tratamentos térmicos como a pasteurização e desenvolver novos processamentos para minimizar a carga microbiana.
Além de pesquisas sobre alimentos probióticos (microrganismos benéficos) para melhorar a flora intestinal e garantir mais saúde e qualidade de vida.
Uma outra alternativa que vem ganhando muito destaque, são os biossensores, que auxiliam na detecção prematura de alimentos quanto a contaminação por diferentes microrganismos, garantindo mais segurança para o consumidor final e qualidade durante toda a etapa logística para indústria alimentícia.
Leia mais: Bactericida vs. Bacteriostático
Para controle e inativação de microrganismos deteriorantes e patogênicos, o antimicrobiano TNS Nano tem atividade comprovada.
Podendo ser incorporado em diversas matrizes, inibindo e/ou desacelerando o crescimento de bactérias em superfícies como plásticos, têxteis e cerâmicos e vários outros.
Leia mais: Microrganismos patogênicos: você sabe o que são?
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1.Henrique Lins de Barros, Biodiversidade em questão, Rio de Janeiro: Claro Enigma/Fiocruz, 2011.
2. ALCANTARA, Marcela de; MORAIS, Isabela Cristina Lobo de; SOUZA, Cyllene de M. O. da C. C. de. Principal Microorganisms involved in the decay of sensory characteristics of meat products. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, [s.l.], v. 6, n. 1, p.1-20, 2012. GN1 Genesis Network. http://dx.doi.org/10.5935/1981-2965.20120001.
3. Portal Educação. Microrganismos Patogênicos e Não-Patogênicos. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/micro-organismos-patogenicos-e-nao-patogenicos/29171
4. Tomaz, I. L. Doenças das Plantas - Diagnóstico das Micoses e Taxonomia dos seus Agentes. Colecção Euroagro, Publicações Europa-América, Portugal. 2002.